a Ilha desnuda-se
da solidão das ilhas
consumida pelo vertical
concreto e pó...
parte apodrece
nas costuras escusas
urdidas longe do mar
parte esconde-se
no incerto e secular
- casarões e saberes
de pescador
a Ilha descola-se
da orla
calada pelos aterros
e deixa a morte
rondar as ruas...
nas pedras de Itaguaçú
enquanto nos templos
cânticos improvisados
gastam o tempo
em ardil
a Ilha transforma-se
em ilhas de metal
sem sonhos
ou horizontes
- sem qualquer sigilo
tropeça calada...
a Ilha transita digna
apenas nos versos
e cartões postais
- por vezes nos beijos
frescos de mar
e nas águas
das correntes
pombas esbaldam-se
nas soleiras
do Largo da Alfândega
mas não há sinais
de trégua...
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