segunda-feira, 23 de junho de 2008

Brasil + eiro!!!

Apenas um "incidente"...


Foto: Pântano do Sul (Ilha de Santa Catarina)

O Poeta Vieira Calado (http://vieiracalado-poesia.blogspot.com) publicou um belíssimo poema sobre o Verão. Saúda com mestria a chegada daquela estação no hemisfério norte. Sei um pouco o significado dessa experiência naquelas terras.


Não sei, entretanto, se as pessoas daquele hemisfério entenderiam a satisfação com que, eu e outros amigos, saudamos as estações do Outono e Inverno - aqui no Sul. As fotos desta postagem proporcionam uma idéia da razão dessa celebração. É claro que aqui não passamos pelas agruras dos rigores do frio do Norte. Embora estejamos "curtindo" temperaturas baixas - abaixo de zero nas regiões serranas e próximas de zero nas regiões mais baixas - as condições são especiais.

Ontem, domingo, fui ao Pântano do Sul para degustar tainha acompanhada de pirão. Fui diretamente ao Bar do Arante (www.arantebar.com.br) - um lugar supimpa! Aproveitei o belo dia de sol para fotografar um pouco, apreciar o mar e os barcos, caminhar sem pressa - tudo antes de saciar a fome. As cores explodiam sob a luz intensa do dia. Início de Inverno como desejado e esperado. Luz para deslumbrar e extasiar qualquer fotógrafo!


Fotos: Pântano do Sul - primeiro Domingo de Inverno/2008.

Estivas..


quinta-feira, 19 de junho de 2008

"Dobrodošli Ljubljana!" (2)


Foto: Ljubljana (Slovenjia)

A foto desta postagem talvez represente um pouco da impressão que guardo daquela Cidade. Uma Cidade de braços abertos. Uma Cidade que surpreende pelas coisas simples e que, de certa forma, permitem descobertas diversas. Andar pelas ruas da região central ou, preguiçosamente, sentar nos Cafés, tudo inspira prazeres.

Nos arredores do center há um castelo (Ljubljanski Grad). Para chegar ao lugar caminha-se por trilhas deliciosas, nas sombras das árvores. As vistas possíveis do principal mirante do Castelo tiram o fôlego - se é que restou algum depois da bela escadaria, com degraus em que se destaca a figura de um dragão. Este é o símbolo da cidade.

Observando a paisagem de uma das torres, ao longe, ressaltam-se as linhas agudas das montanhas; logo abaixo a Cidade se espalha com os telhados vermelhos e o desenho suave do Rio Ljubljanica. Também é possível divisar os guarda-sóis dos Cafés e restaurantes. Lá em cima, confesso, fiquei dividido entre o prazer de olhar a Cidade (um voyeur) ou descer, o mais rapidamente possível, para tocar cada pedaço daquelas ruas (um amante).

Planejo reencontrá-la.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dobrodošli Ljubljana!




Fotos: Ljubljana (Slovenjia) - Obs.: fotos obtidas com filme fotográfico/escaneadas a partir de cópias em papel (peço desculpas pela qualidade).

Dobrodošli Piran!




Fotos: Piran (Slovenjia) - Obs.: fotos obtidas com filme fotográfico/escaneadas a partir de cópias em papel (peço desculpas pela qualidade).

terça-feira, 10 de junho de 2008

Novamente, a lua (!!!)


Retornei às ruas para ver a tarde caindo. Pura dissimulação: queria observar a lua mais um pouquinho e fotografá-la, antes que o frio orientasse meu caminho de retorno. Lá no alto, parecia aquecida pelas cores do sol da tarde. Para minha surpresa e espanto, lembrando Quintana, ao admirar as fotos, como se fosse algo inédito, atentei para as manchas e algumas texturas.

A lente da minha câmera me presenteou com uma precisão que desconhecia: minhas experiências foto-lunáticas são recentes. Jamais exigi dos equipamentos rigores maiores que a resistência a alguma ação desastrada. Todavia, agora sei, há alguma potencialidade que não utilizava. Tenho que recorrer ao manual para traduzir uma série de menus disponíveis nos equipamentos que utilizo. Embora fotografe desde o século passado (!), sou um pouco avesso a determinados detalhes técnicos. Deixo isso por conta de meus amigos fotógrafos profissionais...

O que importa é poder "capturar" aquilo de meu interesse ou atenção (a lua, por exemplo) e transmitir este meu modo de olhar para outras pessoas. Afinal, quando nos deparamos com uma imagem fotográfica, queiramos ou não, enxergaremos exatamente o que o fotógrafo observou, com o viés presente na sua forma de ver o mundo. Talvez possamos ir um pouco mais além com as nossas leituras acerca do objeto fotografado; daí por nossa conta e risco.

Fotografar a lua e dedicar algum tempo para isso, postando estas imagens-textos, pode parecer pieguice. Entretanto, conheço pessoas que sequer lembram que a lua existe. Aí explode uma frase de Pessoa: "As vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Poderia transpor a lua para a sentença, mas...o risco seria meu...

A lua - novamente



Ela está de volta! Feiticeira - como destacou o poeta Vieira Calado. Vem assumindo, dia após dia, aquela forma tentadora e admirada. Depois disso, em determinado momento - hora, minuto e segundo - passa a "caminhar" noutro sentido; minguando.

Neste Junho, já no início da tarde ela salta aos olhos; deslumbrante num passpatour azul. Qualquer moldura que usarmos não fará a mínima diferença. Qualquer adereço que inventarmos para destacá-la também mostrar-se-á modesto.

Hoje, curiosamente, voltava para casa e aproveitava o trajeto para ouvir a trilha do filme My Blueberry Nights (dirigido por Wong Kar Wai e com a participação de Norah Jones). Mais próximo de casa começou a "tocar" Harvest Moon" - uma baladinha deliciosa de Neil Young - interpretada na bela voz de Cassandra Wilson. Despertei da sonolência que me assaltou após o almoço e mirei o céu. Lá estava ela: sublime, fixada num azul outonal. Peguei minha câmera e , me aproveitando da trilha sonora, repeti duas ou três vezes aquela música. Selecionei algumas fotos das dezenas que pude capturar para postar aqui.

Quanto ao filme citado, depois de assisti-lo, posso confessar: fiquei um pouquinho mais fascinado pela Norah Jones... Wong Kar Wai, o diretor, merece um prêmio.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Ensaio - Fotos com Legendas (1)



Gosto de freqüentar alguns Cafés que existem na Ilha. Os motivos são os mais diversos: o movimento de pessoas, os aromas, os sabores, ... Sempre que me disponho a sentar num Café, levo comigo minhas câmeras, um bloco de anotações e caneta. Utilizo uma câmera fabricada nos anos 80 (Nikon F3) e as digitais H1 e H5 (Sony). Para escrever gosto de caneta "tinteiro". Nada de especial, pois dispondo de várias, adaptei-me a uma sem marca ou custo excessivo. Ela possui uma excelente pena fabricada na Alemanha. Quanto ao corpo, sinceramente, desconheço a procedência. Tem um design "retro", peso e equilíbrio adequados.

Voltando aos Cafés: venho realizando um ensaio que consiste em legendar as fotos com as publicações que estão disponíveis nos locais (nem sempre recentes e tampouco com temas que me agradam). As imagens que estou postando fazem parte do ensaio mencionado. Para este tipo de "trabalho" estou usando as câmeras digitais pela facilidade e rapidez de conferir as imagens.

No caminho de casa...

Henri Cartier-Bresson inspirou uma série de fotógrafos (alguns negam as influências). Sou fã dos trabalhos dele, em especial pela relação que exerceu com o urbano; o cotidiano das pessoas - gestos e emoções. Eu considero que fotografar as ruas das cidades é um exercício para o Olhar. Ler a cidade exige atenção. Captar as coisas da cidade, por vezes, requer um pouquinho de "sorte". Tudo se desenrola com rapidez e imprecisão.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Um olhar para a Ilha (1)


I

A Ilha agoniza
todos os dias
- semeiam
as ruas
com víboras de metal...

II

O rumor do concreto
avança
e as praças calam
cansadas de morte...

III

Desfaz-se uma farsa
e outras nascem
nas colunas dos jornais...

IV

Gestos esmerados
num Café
e fome
desdenhando
na porta
desdentada...